Carta que nunca será enviada.

Pois é, esse dia chegou.
O dia da saudade.

Já tem 3 dias, contando com hoje, que seu rosto me vem à memória. Em sonho, em pensamento, mesmo com outra pessoa.
Como é duro encarar a vida!
Você foi o meu amor da adolescência. Durou exatamente os 3 anos que é preciso para a transição "criança-adulto". Um amor puro, simples, cheio de sonhos e expectativas. Mas a vida na realidade é outra coisa. Outra coisa que não deixou tudo isso sobreviver. Nós mudamos, estamos a cada dia nos tornando "adultos". Cometemos o pecado da carne com mais frequência: Eu com um novo namorado, você com a tentativa de conquistar alguma amiga minha. Essa coisa de ser adulto é traiçoeira...

Mas confesso que às vezes, em dias como hoje, me vem a esperança de um dia nos revermos ou revivermos esse amor puro que tínhamos no peito.
Talvez não seja somente o amor, como nossa pureza, nossa adolescência, nossas preocupações medíocres que achávamos a coisa mais importante do mundo. Claro, enfrentamos muitos perrengues com a família (coisa importante até), mas nada igual aos perrengues que hoje eu aguento (não sei você, mas possivelmente deve estar na mesma situação).
Aquela coisa de filme de encontrar a pessoa após anos e anos, após os dois estarem viúvos ou pelo menos com a vida feita. Com a vida feita e tempo suficiente para viver como adolescente novamente.

Até lá, muita coisa vai acontecer. Não desejo mais uma vida inteira com você como antigamente. Você mudou, eu também e isso já é o suficiente pra saber que agora ou atualmente não é possível nosso amor sobreviver,
Ao menos espero que seja feliz, aproveite a vida e não se prenda tanto às pessoas como a gente se prendeu um ao outro. Amor é liberdade! Estou só repetindo os desejos que faço a mim mesma, para ao menos seguir com relacionamentos de uma forma satisfatória.
Que você tenha histórias bonitas e experiências malucas pra contar, assim como eu estou escrevendo na vida.
E espero muito, que esse aperto no peito chamado saudade só seja um sinal de que valeu a pena. Que seja passageiro como um vento frio, trazendo aquele arrepio gostoso, mas sem chances de ocorrer novamente da mesma maneira.

Poderia encerrar aqui com muitas músicas, mas deixarei a clássica que um dia escreveu a mim, porém num trecho que agora cabe em nós.
"Se lembra quando a gente chegou um dia acreditar que tudo era pra sempre. Sem saber que o pra sempre, sempre acaba..."
O restante dessa música, deixa estar. Deixa o tempo, ele dirá!