48 horas sozinha

Contando a partir da hora em que eu me sentia exatamente fora do trabalho: 6 horas da tarde, sexta feira.
Minha preguiça aliada à minha memória não me deixa lembrar direito o que fiz.
É que também não fiz muita coisa.. Em ordem de momentos.
Assistir a uma apresentação de choro.
Chegar em casa. Tomar banho. Dormir.
Acordar, tomar café, usar o celular.
Esperar a hora passar.
Pegar um ônibus. Visitar uma casa.
Pegar um ônibus. Ir ao shopping. Almoçar.
Pegar um ônibus. Ir ao teatro. Assistir um musical.
Pegar um ônibus. Chegar em casa. Usar o celular. Dormir.
Acordar, tomar café, usar o celular.
Usar o celular...
Chorar.
Usar o celular...
Usar o celular...
Ligar o notebook. Passear pela rede.
Desativar notificações e sons do celular...
Postar um diário no blog.

E depois?
Não sei.
Daqui a alguns 5 minutos será 6 horas da tarde, de domingo.
Posso dizer que conversei com pessoas. Pedi informação no ônibus, com motorista e passageiro. Conversei com alguns amigos no celular, via texto, e até desabafei. Conversei com as pessoas que dividem o apartamento comigo. Desejei feliz dia dos pais ao meu pai. E curti algumas publicações em diversos sites.
Mas ainda assim, posso dizer que estava sozinha.
Pois é assim que me sinto, constantemente.

Recomendo essa experiência à pessoas de cabeça forte.
Àquelas que não pensam em suicídio no primeiro erro que comete ou recebe no dia. Ou às que pensam, mas não seguem em frente com a ideia.
Recomendo principalmente às pessoas que estão de bem pelo menos com alguma coisa na vida. Faz bem pra refletir, pra entender do motivo de tudo isso. Mas recomendo com cautela, pra não enlouquecer. Pra não piorar.
Experimente. Já que a tendência é essa.