Suicida-se

Desde muito tempo, já não se lembra quando, sente vontades estranhas.

O ônibus passa a centímentros de distância de seu corpo, enquanto uma voz lhe sussurra: Olhe que oportunidade boa! Continua parado na guia da calçada, ao menos para sentir o vento que a velocidade proporciona, deixando passar.
Mora no sétimo andar, e olhando a janela encara o cachorro no térreo, imaginando seu corpo estirado logo ali, ao lado dele. Uma companhia pós mortem que talvez lhe seguiria para a eternidade.
Olha para objetos pontudos, e do nada e sem razão já devaneia com cortes e perfurações em seu próprio corpo.

É um suicida frustrado. Tentou umas três vezes retirar a propria vida, porém sem sucesso. Foi a corda que não aguentou, a faca que não.cortou... Um suicida desmotivado, que não possui a capacidade para ao menos concluir o ato com primor...

Enquanto isso, planejara em alguns minutos durante seu almoço qual remedio traria o tal efeito deaejado.
No final de semana, tenta prever algum acidente, no qual ele seria o principal atingido.
Embriagado, comenta aos quatro ventos o quão interessante seria o atropelamento de um transeunte pela madrugada.

Não se sabe os motivos por esse desejo. Nem como isso começou. Nem como terminar.
Durante sua vida, continua escutando essas vozes da consciência, e transmitindo-as até o dia em que elas silenciarem, com a provável esperança que ocorra da mesma forma como iniciaram.

Sobre o amor - Profissão

Eu admiro o quanto você ama o que faz...
Tudo, simplesmente, está em segundo, terceiro, quarto plano. Talvez nem a família consiga mudar isso. Você é apaixonado somente pela sua profissão!
Deixa de lado o contato com a mãe, não revela tudo aos pais, pouquíssimo fala com os irmãos.
Até tentou dar carinho ao namoro mas não vingou. Busca, então, carinhos superficiais, sem muito envolvimento emocional pois sabe que não vai conseguir retribuir.
Quando lhe perguntam de algo, seu único assunto é o que você faz, e o que ama. Qualquer outra conversa acaba em poucos minutos, não sabe entreter as pessoas com palavras banais... Alguns lhe vem como metido por demonstrar dessa forma. Outros ainda conseguem identificar esse amor. Mas você mesmo diz que não possui amigos.
Como então, manter algo duradouro? Como pensar em relacionamentos, se em si próprio não há esperança?
Seu trabalho nunca morrerá, jamais sentirá falta... Mas as pessoas ao redor, dessa forma sentirão a sua falta?

Você não se importa! Tem que estudar para aperfeiçoar seu trabalho.

A turbulência de um término

São datas atormentantes.
Dia 3 de dezembro de 2010. Dia 30 de setembro de 1993. Dia 22 de junho de 1994. Dia 26 de dezembro de 2012. Dia 31 de janeiro de 2014. Dia 19 de junho de 2014. Dia 19 de julho de 2014.

São músicas. São lugares. São pessoas. São amigos. São nomes. São planos. São futuros. Redes. Fotos. Palavras... Tudo misto em meu cérebro, aleatoriamente, me atormentando.

Principalmente, são sentimentos.
Paixão e ódio lutam dentro de mim por conquista de espaço. Assim como a indiferença e a esperança. O amor e a amizade.
E o luto. Este comandando tudo!

Me dá a vontade de te xingar. De continuar brigando por tudo que eu li, por tudo de errado que me julgou. Vai ser em vão. Vai se tornar interminável e cansativo. Nenhum dos dois dará o braço a torcer.
Me dá a vontade de te chamar para conversar. Mas a raiva que sinto de tudo que me falou não tornará isso numa paz.
Me dá a vontade de fingir ser outra pessoa, para descobrir realmente o que você pensa sobre tudo isso. Você não é mais o mesmo, isso é evidente. Mas o que te tornou assim? Por que está assim?
Me dá a vontade de poder revisar o passado. Ver, em todos os lados, tudo que pensávamos um do outro e como isso se modificou com o tempo.

Por que tão contraditório? Por que o ciúme? E a falta de sentimento? E as acusações?
Por que acabar nisso?

Por que é tão difícil esquecer?
Por que me atormentar, todos os dias?
E até quando essas perguntas vão me incomodar?

Sigo com uma certa prepotência. Digo aos quatro ventos: AINDA BEM que não preciso de ninguém para sobreviver!
Essas horas, não há como não ser. O egoísmo também vem à tona. É hora de eu ME cuidar, esquecer o resto - Até mesmo o futuro. O futuro, que de uma forma fora planejado com um coadjuvante agora só restou a protagonista. O futuro que terá de ser replanejado depois que eu recuperar meu chão.
O passado, que antes fazia parte do combustível da saudade se tornou um empecilho para seguir em frente.
E vou agradecendo todas os dias por acordar VIVA após mais uma noite melancólica. Neste presente nada agradável vou seguindo...

Mais do mesmo

Olá a quem escreve, e futuramente vai ler...

Depois de um tanto tempo, está de volta!
Não faz ideia de como sua vida mudou... E se não fosse esse período das férias da universidade, talvez nem passaria pela cabeça a ideia de retornar à escrever. Sua vida é uma saudável correria...
Sim! Você está na faculdade! Não é uma pública como aquelas que tentou por uns dois anos, mas você sabe que nenhuma administração é perfeita (as greves falam por si só). Você faz o que gosta e trabalha onde queria tanto aprender. Ideia não tem mais acento. Você namorou por um bom tempo, de um tempo tão bom que você nem sentia vontade de escrever, como agora.
Desse namoro lhe restou este celular de presente, que te facilita para publicar textos por aqui.

E a partir de então, vai fazer o que muitos não recomendam: Jogar seus sentimentos, pensamentos e ideias no ventilador da rede.
Sairão textos sobre tudo. E nem todos estarão exatamente relacionados à você, ou a outras pessoas. Às vezes, serão só aquelas estórias criadas enquanto roi as unhas, toma banho ou faz ambas atividades...

Agora pare de enrolar que amanhã pretende acordar cedo.
Hahahahaha, mentira. Amanhã é feriado!
Boa noite.