Pois eu não tinha os mesmos ideais que os outros. Eu não queria me tornar adolescente, pra mim isso só servia para poder assistir certos filmes e fazer certas loucuras saudáveis.
Eu era aquela menininha gordinha, que detestava e por isso não penteava os cabelos, que não se importava e por isso não escolhia roupa para sair, e ainda por cima usava aquelas calças moleton acima do umbigo.
Eu era mimada, minha mãe fazia (quase) tudo por mim, e no entanto eu era praticamente grudada nela. Até para atravessar a rua! Eu segurava forte o braço da minha querida com receio de ser atropelada, estuprada, ou coisas (desgraças) do gênero.
Apesar que, eu não acredito em adolescência.
Ou melhor, eu não acredito nesta fase em que atualmente eu estou, "cientificamente" chama-se adolescência. Deveria se chamar infantilidade aguda*
*Infantilidade Aguda - fase em que o indivíduo acha que cresce e se sente o mais especial e imperfeito, mesmo que não seja.
Essa fase, em grande excesso, tende a se tornar alienação mental, com perigo de só ter fim ao começo dos 30 anos e/ou da barriguinha (de chop ou de grávida)...
Sei que agora tenho uma certa independência; acho que eu buscava isso desde o meu nascimento... Mas também, agora entendo o porquê de quando eu era "pré-adolescente", tinha um medinho de crescer.
Hoje eu tenho medo de me tornar velha.
Tenho medo que a criancinha dentro do meu coração não apareça mais. Não creio que existe velhice, apenas as pessoas levam à sério demais esse negócio de crescer... Você pode aprender com a vida, levá-la um pouco à sério, mas no fundo, não é extremamente necessário crescer, não mesmo!
E confesso que, quando vou sair com os amigos, sinto falta daquele braço que me protegia do mundo!
Obs. (21/09): Li por aí umas frases, achei uma que encaixa com o assunto.
"A juventude é uma coisa maravilhosa. Que pena desperdiçá-la em jovens." (George Bernard Shaw)